top of page

Notícias

Buscar

Fadigômetro: novo estudo propõe limites de carga de trabalho para mitigar a fadiga

  • ADMIN ATL
  • há 1 minuto
  • 3 min de leitura

Artigo científico do Projeto Fadigômetro, publicado no prestigioso periódico Scientific Reports, do grupo Nature, estabelece correlações diretas entre a carga de trabalho e os níveis de fadiga dos tripulantes, trazendo recomendações de segurança e propondo mitigações para as regras do RBAC 117.


O Projeto Fadigômetro atinge um marco em sua trajetória com a publicação de um novo artigo científico, "Aircrew rostering workload patterns and associated fatigue and sleepiness scores in short and medium haul flights in Brazil".


O estudo aprofunda a análise da relação entre a carga de trabalho e os níveis de fadiga e sonolência, utilizando a robusta base de dados do Fadigômetro, que combina escalas de voo reais com as respostas dos tripulantes aos questionários para medição de fadiga e sonolência.


A pesquisa demonstra que existem relações lineares claras entre as métricas de carga de trabalho — acumuladas em um período de 168 horas (7 dias) — e os níveis de fadiga e sonolência reportados pelos tripulantes. Os indicadores que mais se correlacionaram com os altos escores de fadiga foram:


• Tempo de jornada

• Número de etapas de voo

• Soma de etapas de voo com períodos de tempo em solo superiores a 1 hora


A análise de 7.149 escalas de 2023 revelou que esses três fatores são responsáveis por cerca de 70% dos maiores escores de fadiga, e 60% dos maiores escores de sonolência.


Recomendações e Mitigações para o RBAC 117


Com base nessas descobertas, o estudo propõe recomendações de segurança fundamentais, com o objetivo de mitigar os riscos associados à fadiga acumulada. A aplicação dessas mitigações resultaria em uma diminuição significativa dos altos níveis de fadiga, com impacto mínimo na cobertura das escalas.


As recomendações para as escalas planejadas e executadas são:


1. Tempo total de jornada: O tempo total de jornada, excluindo períodos de sobreaviso, deve ser limitado a 44 horas a cada período de 168 horas consecutivas (excetuando-se os voos internacionais de longo curso).

2. Etapas de voo: O número de etapas de voo deve ser inferior a 16 (máximo de 15) a cada período de 168 horas.

3. Etapas de voo + períodos de tempo em solo > 1h: A soma do número de etapas de voo com o número de períodos de tempo em solo superiores a 1 hora deve ser inferior a 20 (máximo de 19) a cada período de 168 horas.


Boas Práticas no Uso de Modelos Biomatemáticos


O artigo reforça também as boas práticas para o uso de modelos biomatemáticos, alinhadas com as diretrizes da ICAO (DOC 9966). É crucial entender que os modelos são uma ferramenta de apoio dentro de um Sistema de Gerenciamento do Risco de Fadiga (FRMS), e não devem ser usados como único critério para decisões que permitam:


• Flexibilizar limites prescritivos.

• Desqualificar um relato de fadiga feito por um tripulante.

• Descartar a probabilidade de fadiga em escalas com carga de trabalho relevante.


Sobre o Projeto Fadigômetro


O Fadigômetro tem como objetivo a criação de um banco de dados sobre o estado de alerta das tripulações da aviação regular brasileira durante suas jornadas de trabalho, permitindo a propositura de métodos para a análise do risco da fadiga e estratégias para sua mitigação.


A pesquisa é conduzida pelas associações ABRAPAC, ASAGOL e ATL, em parceria com a USP (Instituto de Biociências, Faculdade de Saúde Pública e Instituto de Física) e o ITA.


Os dados cadastrais dos participantes são anonimizados e protegidos, em plena conformidade com a legislação vigente.


Acesse www.fadigometro.com.br para saber mais.

 
 
 

Comentários


Logo do WhatsApp
bottom of page