Um dos fatores que mais contribui no processo de tomada de decisão sem dúvidas é um alto nível de atenção que, na área de “fator humano”, é denominada “Consciência Situacional”.
O grande problema é que a consciência situacional é extremamente instável, e varia de acordo com uma série de fatores internos como o conhecimento, as experiências, o sono, a fadiga, a saúde, o estresse, a alimentação e consumo de drogas lícitas ou ilícitas. Temos também os fatores externos como iluminação, temperatura, ou até as culturas que envolvem este indivíduo, como a cultura nacional, cultura profissional e cultura organizacional.
A consciência situacional é subdividida em três fases:
Percepção – Se você estiver em um ambiente e não perceber algo acontecendo, você tem como tomar uma decisão adequada? Certamente não! Portanto a percepção está ligada a captação das informações através de nossos sentidos (visão, audição, olfato, tato e paladar);
Compreensão – Se você estiver em um ambiente e perceber algo acontecendo, mas tiver uma compreensão errônea dos fatos, você consegue tomar uma decisão correta? Certamente não! Portanto, a compreensão está vinculada a interpretação cognitiva daquilo que foi percebido;
Projeção – Se você estiver em um ambiente, percebeu que algo estava acontecendo, compreendeu seu significado, mas não projetou o real impacto daquilo, você conseguiria tomar uma decisão adequada? Com certeza não também Portanto, a projeção é o entendimento resultante da interpretação dos fatos, que embasará a tomada de decisão.
O desafio é não tomar decisões antes que as três fases se completem, e que as interferências (internas e externas) não distorçam o real cenário.
Nas próximas pautas dissertaremos sobre outras ferramentas do CRM.
Não perca!
Por: Fabiano Paes Gonçalves, profissional graduado em Recursos Humanos e com formação técnica em Manutenção de Aeronaves, EC-PREV e SGSO na ANAC. Vasta experiência, tendo atuado ao longo de 12 anos como despachante de voo, Instrutor técnico na área de fator humano (CRM - Corporate Resource Management), instrutor em escolas de aviação, ministrando matérias dos cursos de mecânico de aeronaves e comissários de voo. Atualmente pertence ao staff da ATL- Associação de Tripulantes da LATAM Brasil com as atribuições de analista de safety.
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